Hoje, sábado, foi dia de visitar o IAC, que estava de portas abertas à população, e mais uma vez conhecer e apreciar os trabalhos que são desenvolvidos nesse Instituto desde 1887. Incrível que, através das minhas leituras, eu descobri que o IAC foi fundado apenas 20 anos depois da 1º Estação Experimental da Alemanha. No início de sua história e da montagem do seu laboratório, a Alemanha, através do 1º Diretor, Franz Wilhem Dafert, cedeu diversos instrumentos para os laboratórios incipientes do IAC, assim como muito conhecimento. Bom, cheguei cedo na Sede do IAC, na Av. Barão de Itapura, pois, de acordo com a defesa civil, corríamos o risco de tempestade na cidade, e eu não queria ter que sair às pressas.
Sempre que eu vou às visitas do Portas Abertas tenho o hábito de pegar os materiais disponíveis (folhetos, revistas, sementes, livros). Quando chego em casa devoro tudo.
Hoje pude conhecer melhor a Biblioteca, que também estava à nossa disposição: alguns livros raros como os primeiros relatórios elaborados por Dafert, estavam expostos. Vou voltar na próxima semana para escrever uma matéria sobre a Biblioteca. Vários setores do IAC estavam representados no evento, assim como seus cultivares: Café, Citros, Cana, Batatas, Milho, Feijão, Seringueira, Cacau, etc. Também áreas responsáveis pelas pesquisas de fertilizantes e clima, com exposição do drone T40 e do gráfico do Agroclima, que traz as séries históricas sobre mudanças climáticas desde 1888! Além de ouvir os biólogos, químicos, engenheiros, bibliotecária e outros tantos profissionais do IAC (a maior parte trabalha no Campo Experimental, na Fazenda Santa Elisa), pude degustar pipoca, rapadura, café, doce de batata doce, doce de abóbora e um patê que ainda não descobri o ingrediente. Mas não importa, circular pela "Feira", conversar com as pessoas presentes, com o pessoal do IAC, é muito gratificante. Saber que muito do que se consome no Brasil, muito dos testes realizados a pedido de empresas e instituições nacionais, passa pelos laboratórios do IAC, é um orgulho sem fim. Depois de circular por esse primeiro edifício, visitei outros prédios, dentre eles, a estufa histórica, onde tirei foto de uma muda de Pau-Brasil. Encontrei o Murilo, biólogo do Herbário (que completou 90 anos esse ano) e pude ver de novo a exsicata* da Coffea Arábica de 1840, acompanhada do seu envelope do Museu de Paris, sendo que foi repatriada para o IAC (ainda não sabemos quando essa exsicata voltou ao Brasil, mas vou descobrir). Depois de fazer 250 fotos (entre a visita ao Ital e IAC) e compartilhar com a equipe do Interdependência, fui para casa descansar. Tenho muito mais para falar, mas somente indo nessas visitas e presenciando esses ambientes, tocando nas sementes, experimentando, sentindo os cheiros e as texturas e degustando... para saber mais. E isso Campineiro, eu não posso fazer por você. Não foi? Perdeu. Fique atento aos próximos eventos e conheça a ciência de ponta que se faz na sua cidade. Até!
*Exsicata: Fragmento ou exemplar vegetal, dessecado e ger. prensado, acompanhado de uma ou mais etiquetas, com informações diversas sobre o espécime (nome da espécie, local e data de coleta, nome do coletor etc.), e conservado em herbário para estudo.
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